A utilização de recursos tecnológicos na educação infantil

Acadêmica: Angela Mabél Fazioni

A temática do uso das tecnologias na educação é de suma importância, pois ela atinge a sociedade. Se os filhos não usam as novas e modernas tecnologias oferecidas pelo mercado, os pais ficam ansiosos, por tender a achar que eles não estão se beneficiando de uma poderosa ferramenta educacional e também supondo que estejam atrasados em relação a seus colegas que já a utilizam. E ainda que seus filhos não estejam se preparando adequadamente para a vida futura, social e profissional. Isso faz com que os pais levam recursos tecnológicos para dentro de casa e matricular seus filhos em cursos especializados.

A utilização dos recursos tecnológicos na escola gera preocupação para alguns profissionais da escola, pois os equipamentos são aliados valiosos no processo de ensino aprendizagem.

É um grande desafio escolher entre tantos recursos disponíveis, aqueles que melhor se ajustem aos propósitos educacionais. Como conjugar os interesses dos alunos com os programas curriculares e com os meios existentes é sem dúvida uma questão importante colocada para a Educação contemporânea.

Há muitas formas de compreender a tecnologia. A tecnologia, neste sentido, não é algo novo - na verdade, é quase tão velha quanto o próprio homem (Chaves, 1999). Porem nem todas as tecnologias inventadas pelo homem são relevantes para a educação. Algumas apenas estendem sua força física, seus músculos. Outras apenas lhe permitem mover-se pelo espaço mais rapidamente e/ou com menor esforço. Nenhuma dessas tecnologias é altamente relevante para a educação. As tecnologias que ampliam os poderes sensoriais do homem, contudo, sem dúvida o são. O mesmo é das tecnologias que estendem sua capacidade de se comunicar com outras pessoas. Mas vale ressaltar que as tecnologias de hoje, aumentam nossos poderes intelectuais: capacidade de adquirir, organizar, armazenar, analisar, integrar, aplicar e transmitir informações.

O termo Tecnologia na educação dá a idéia de que inclui o uso de toda e qualquer forma de tecnologia relevante à educação ( hard, soft, fala humana, escrita, impressora, currículos e programas, giz e quadro negro, fotografia, cinema, rádio, a televisão, vídeo, computador e internet). Quando se fala em tecnologia na educação logo se pensa em computador e internet, e não em livros, giz, quadro negro, currículos e programas. E muitos educadores nem se dão por conta de que há muito tempo estão usando os meios tecnológicos em sala de aula ( livros, giz, quadro negro...).

A discussão sobre o uso de computadores nas escolas tem se estendido a diversos temas associados a questões pedagógicas. A importância do tema está diretamente ligada ao entendimento atual das questões educacionais em geral e, no que se refere ao processo de aprendizagem, ao uso dos recursos informatizados na Educação.

“ A tecnologia sempre afetou o homem: das primeiras ferramentas, por vezes consideradas como extensões do corpo, à maquina a vapor, que mudou hábitos e instituições, ao computador que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais - a tecnologia nos ajuda, nos completa, nos amplia” (Fróes, 1994).

O uso das tecnologias na educação exige mudança de postura do professor em seu trabalho cotidiano. O professor não é mais o dono da verdade absoluta, mas o interlocutor privilegiado que incita, questiona e provoca reflexões.

O professor deve ser preparado para desenvolver competências tais como:

Ø Estar aberto a aprender a aprender;

Ø Aturar a partir de temas emergentes no contexto e de interesse dos alunos;

Ø Promover o desenvolvimento de projetos cooperativos;

Ø Assumir atitude de investigador do conhecimento e da aprendizagem do aluno;

Ø Proporcionar a reflexão, a depuração e o pensar sobre o pensar;

Ø Dominar recursos tecnológicos;

Ø Identificar das potencialidades de aplicação destes recursos na prática pedagógica;

Ø Desenvolver um processo de reflexão na prática e sobre a prática, reelaborando continuamente teorias que orientem sua atividade de mediação;

A formação e a atuação de professores para o uso das tecnologias na Educação é um processo que interrelaciona o domínio dos recursos tecnológicos com a ação pedagógica e com os conhecimentos teóricos necessários para refletir, compreender e transformar essa ação.

É de sua importância que os jovens ao sair do Ensino Médio saiam com conhecimento prévio sobre como trabalhar com os computadores, é uma exigência do mercado de trabalho. Já que essa idade é apropriada para essa faixa etária, porque os computadores são maquinas matemáticas e forçam um raciocínio puramente abstrato e matemático como o emprego de linguagens formais.

Segundo o engenheiro e consultor de informática Valdemar Setzer, o uso de computadores na educação pode estimular as crianças e jovens a um raciocínio puramente abstrato precocemente. O computador forma o pensamento lógico, simbólico e algorítmico. Esse é um pensamento muito particular, e é uma capacidade inapropriada para sujeitos menores de 16 anos. Da criança se espera integração com o ambiente e fantasia. Exemplo: criança brinca de boneca e imagina que ela esteja chorando, rindo...

Segundo Setzer não há como usar o computador sem dar comando, e dando o comando ocorre o que se espera. Dessa forma ocorre o atropelamento do pensamento qualitativo intuitivo.

Frente a essa situação, a instituição escolar enfrenta o desafio não apenas de incorporar as novas tecnologias da informação como conteúdos de ensino, mas também desenvolver, elaborar e avaliar praticas que promovam o desenvolvimento de uma reflexiva sobre os conhecimentos e usos tecnológicos.

Desde que as tecnologias de comunicação e informação começaram a se expandir pela sociedade, aconteceram muitas mudanças nas maneiras de ensinar e de aprender. Tanto alunos como professores vêem noticias e acontecimentos, assuntos diversos e os ouvem na mídia, através dos meios de comunicação, guardam isso em suas memórias e revelam em sala de aula, essa interação gera a aprendizagem e novos pensamentos e amplia horizontes. Diante disso, a aprendizagem não ocorre somente de maneira presencial. A aprendizagem é uma relação semipresencial.

As tecnologias mais amplamente utilizadas (livro, vídeos, TV) são recursos que ampliam o espaço da sala de aula, mas que não dispensam a realização de planejamentos. Para apresentar um filme, por exemplo, o professor precisa planejar que conteúdo aborda encaixar o filme a um assunto.

A grande revolução do ensino não se dá apenas pelo uso intensivo do computador e da internet em sala de aula ou em atividades a distancia. É preciso que se organizem novas experiências educacionais em que as tecnologias possam ser usadas em processos cooperativos de aprendizagem, em que se valoriza o diálogo e a participação permanentemente de todos os envolvidos no processo.